Incrível como existem coisas que somente
acontecem com gente que esta com o espírito despreparado, e não me contento em
guardar isso só pra mim, logo vou ser obrigado a desabafar aqui no blog.
Na minha longa, (in)cansável e inenarrável
viagem para Cabo Frio, aconteceram tantas coisas dignas de revolta que vou
contar como algo cômico, que de cômico não tem absolutamente nada. Pra começar
tive que pegar um ônibus ate a cidade de Ipatinga, porque a conexão Caratinga
> Macaé saía somente daquela ENORME rodoviária de cidade. Até ai, tudo bem,
já estou acostumado a ir em Ipatinga todos os dias da semana ( de carro,
detalhe ), mas ser obrigado a pagar um banheiro INDECENTES dois reais para
mijar é rir da minha cara gargalhadamente. Logo, não paguei e segurei a vontade
até chegar o momento oportuno. Após alguns (longos) minutos de espera eis que
chega o ônibus e as pessoas avançam sobre ele como se fosse sei lá...o caminhão
de comida em meio às enchentes do sul, paciência. Sem muitos problemas fui o
ultimo a entrar no ônibus, com muita, muita histeria de quem já tinha entrado.
Liguei o foda-se e fui ser (muito pouco) feliz.
Durante o percurso ate Caratinga de um
ônibus (semi?) executivo, uma anta de galocha me passa perfume DENTRO do
ônibus, me lançando um sorriso amarelado como quem se desculpasse por ter
borrifado SEM QUERER uma vez em mim. Não, não se perguntem qual era o perfume,
porque se fosse da Avon ainda estava muito bom! Enfim, esse ser inergúmero
desce em uma cidade qualquer desfilando como se fosse a ultima coca com gás
gelada no deserto. Até então, ok, estava apenas começando minha viagem
cheirando (??) a um perfume não muito, agradável. E não vou nem comentar a
respeito dos farofeiros de ônibus, entrando arrumando confusão, comendo milho e
o caralho a quatro. Meu bom humor ainda permanecia até a chegada em Caratinga.
Descendo nessa humilde e nada agradável
cidade, sou obrigado a esperar mais QUARENTA E CINCO minutos de atraso de um
ônibus que era CONEXÃO que eu não podia pegar na minha cidade. Enquanto isso,
seres avulsos e desconhecidos cismam em manter um dialogo com uma pessoa (eu)
não TÃO muito afim de gesticular a boca. Foi quase como uma entrevista, onde as
respostas variavam de ‘sim’ até um ‘talvez’, e mesmo assim, houve quem não
percebesse que eu estava afim de conversa. Mas ate aí, ok, estava quase no meio
da viagem. Embarcando no ônibus com destino a Macaé ouço e sinto cheiro
daqueles salgadinhos EM UM ÔNIBUS EXECUTIVO. ATE QUANDO MEU DEUS?? Não me
contive, tomei meu rivotril e apaguei como se não tivesse que acordar as 4 da
manha com alguém me cutucando porque havia chegado em CAMPOS! Eu disse que
desceria em CAMPOS EM ALGUM MOMENTO? Abri meio olho, meu de uma vontade enorme
de mandar tomar no c*, mas concordei, e virei pro meu sono profundo até o
destino final.
Macaé, o que dizer de Macaé? Vou me conter
porque cheguei ao meu destino final sem muitos (?????) problemas. Mas uma coisa
eu tenho que elogiar o povo macaense (?): coragem de sobra. Acreditem, entre
Cabo Frio e Macaé são poucos mais de 60Km e o transporte é feito em ônibus
comuns, estilo que rodam dentro de cidades, mas com um diferencial: os
motoristas são meio loucos. Só que eu vi e assustei, foram quase QUATRO
iminentes acidentes que aconteceram, os outros eu estava ocupado demais
sentindo os efeitos do rivotril. Não esquecendo de comentar da rodoviária, que
apesar de ótima estrutura, é quase um zoológico, onde se misturam cachorros,
gatos, pombos, pardais, vocês tem de ver, uma alegria só com os mendigos!
Mas finalmente chegando a Cabo Frio, onde
minha mãe me esperava ansiosamente, a julgar pelas 15 chamadas não atendidas,
me sinto ‘em casa’. Só me sentia. Fiquei por imensas 2 horas a espera da minha
mãe me buscar na rodoviária, que ela não conseguiu achar, e finalmente me
avisou carinhosamente: - Vem de táxi, o hotel é tal! Mas né, ficar nervoso
porque? Já tinha chegado ao meu destino final. Engoli o choro do ódio entrei em
um táxi e minha boca nervosamente pensou em dizer: Toca pra Minas Gerais,
Coronel Fabriciano!, mas não...indiquei o hotel. O amor e a saudade eram tantos
que troquei de roupa e fui pra água salgada gelada tirar o mau olhado, porque
né...sempre tem como piorar.
P.s.: Duas horas depois da chegada, fui
pra búzios, dormindo, pra não correr o risco de dar de cara com a verdade!
E isso é só o começo...
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