quinta-feira, 31 de março de 2011

Twenty Years Later...


Mais um século completo, totalizando vinte intensos anos vividos. Talvez vinte seja pouco, perto dos tantos que virão, mas com certeza vinte é o suficiente para se ter vivido muita coisa e ter aprendido e muito com a vida. Não tudo, porque até morrer estamos aprendendo, mas o necessário para saber lidar com muitas situações. Queria fazer um balanço geral do já me ocorreu até hoje, véspera de quando completo mais essa primavera, mas antes vou falar de um fato interessante sobre o qual eu tive conhecimento a poucos dias.
Segundo um estudo realizado a não sei quanto tempo, por não sei quem, com não sei qual objetivo (na verdade eu sei, mas quero encurtar história), eu sou o número sete no eneagrama de nove pontas. O sete significa gula, mas não no sentido literal dos sete pecados capitais, muito pelo contrário, quem tem a personalidade localizada nesse número é uma pessoa dada a politicismos e possui o dom da palavra. Consegue convencer, e alcança seus objetivos por meio do que tem de melhor: as palavras. Tende a tornar tudo a um jeito mais fácil, justamente para facilitar a própria vida.
Possui dois pontos de escapes, o bom e o ruim, no qual o bom (quando posto a situações de estresse) é caracterizado como um período de reclusão interior e pensamentos calmos e sensatos, já o ruim é praticamente o oposto, com pensamentos rápidos e ações por impulsão, com exteriorização de tudo que pensa e precisa falar. São fases completamente opostas, mas quase que indissociáveis, sendo que a raiva vem primeiro e um tempo depois a calmaria e arrependimento.
E sendo sincero, nunca vi algo que me descrevesse tão bem quanto o livro “O Eneagrama da Sociedade”. E é interessante perceber que esses estudos nos olham de diferentes ‘olhares’, em todos os aspectos possíveis e descrevem como se nos conhecessem pessoalmente, e sem exagerar INDESCRITÍVEL. E antes que eu me esqueça, meu traço principal é o PLANEJAMENTO, minha paixão é a GULA, minha virtude é a SOBRIEDADE, e minha mente superior TRABALHO.  No campo sexual sou SUGESTIONÁVEL, no social SACRIFICIAL e DEFENSOR DA FAMÍLIA.
Agora vem a parte chata do fato de completar duas décadas, as responsabilidades que crescem a cada dia numa velocidade incalculável. E eu ainda tive a capacidade de fazer um texto aos 18 dizendo que até então nada teria mudado, mas agora o inverso aconteceu e rápido até demais. Aos 19 não me recordo como era e nem tenho registros sobre. Mas vinte, são vinte longos (ou curtos) anos de muita vivência. Como sempre digo, comecei ‘minha vida’ muito cedo no que diz respeito às festas e coisas do tipo, mas nunca deixei de lado aquela coisa legal dos estudos, e quando digo legal estou sendo verdadeiro, sempre gostei.
Não posso negar que ao completar 18 e ‘ganhar’ minha CNH e uma certa “independência” financeira, tudo deu uma melhorada fantástica, mas nada muito diferente do que eu já tivesse acostumado. Mas daí as responsabilidades só foram aumentando e aumentando, e acredito até mesmo pelo curso que faço e que levarei para vida. Não reclamo, apenas constato. E de que adianta eu ficar aqui contando minha curta experiência de vida não é? É somente uma coisa bacana que quero ter guardado pra eu mesmo! =D
Foram vinte de emoções, sensações, prazeres inenarráveis, paixões que foram eternas enquanto duraram, amores talvez, carinho mútuo, coleguismos, amizades que se perderam no tempo, amizades que resistiram a força dos conflitos, amizades novas e velhas, felicidades incomparáveis, tristezas que duraram dias, inimigos ocultos, carências insolúveis, atitudes precipitadas e outras bem pensadas, escolhas certas e erradas, noites em claro e dias com sono, curtindo ou mesmo deixando passar ao léu cada segundo, experiências boas e ruins, mas apesar de todos os pesares faria tudo exatamente igual.
Espero que tenha muitas coisas ainda pela frente, pois apesar de já ter vivenciado bastante, acredito que não foi nem metade do que ainda me espera. E a minha vida seria somente mais uma história, se eu não tivesse envolvido com o corpo e alma em tudo o que eu fiz.
Exatamente há vinte anos nasceu Ermon Bhering Ramalho, um cara que veio para viver nesse mundo de loucos, mas muito bons loucos, loucos que se odeiam, mas que se amam na mesma intensidade.

P.s.: Tentar está longe de ser sinônimo de conseguir, mas é mais digno morrer tentando do que viver acomodado.
P.s.: Sempre tem algo novo e melhor à sua espera.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Arise Boy!



Antes de começar esse texto, gostaria de agradecer a todos que tem tornado a minha vida cada dia mais interessante. Sei muita coisa depende de mim, mas são vocês, todos meus amigos, que me dão exatamente aquilo que preciso nas horas certas. E serei sempre grato a tudo e todos. Para quem sabe que ‘curto’demais:
Crescer faz parte da vida, em todos os sentidos, até no literal. E é bom, não vou negar. E é necessário, todos precisam. E nesse crescimento, às vezes descontrolado, nos ocorrem surpresas que apimentam todo esse processo de crescimento. Existem coisas boas, e coisas ruins, como em tudo que há na vida, com suas eternas dualidades. Mas é aquilo que sempre nos dizem, se não tivessem dificuldades não seria tão bom quanto é com elas. E como bom ariano que sou, concordo em gênero, número e grau, porque as dificuldades vieram para podermos supera-las a qualquer custo.
Entretanto, existem tantas coisas fantásticas no curto período de tempo que permanecemos na terra, que conseguimos até mesmo palpar isso. E não há como negar que isso, apesar dos pesares é bom. E por mais que uma coisa seja muito marcante na sua vida, ela sempre será substituível. Assim são com as amizades, o coleguismo, os amores, o profissionalismo, e as relações de uma maneira em geral.
Quem nunca se deparou com algo que perdeu que, inicialmente, seria insubstituível e de repente como num passe de mágica, aquele objeto já foi totalmente desarticulado por um melhor? São as faces da vida, e convenhamos, que belas faces. Somente quem já teve amores eternos, amizades sem fim, e profissões para a vida, sabe que nem tudo é 8 ou 80, e que pode existir um equilíbrio gostoso nesse mundo que gira rápido, o suficiente para nem vermos. E sabe acima de tudo que não existem amores eternos, nem amizades sem fim e que aos 40 você pode descobrir uma profissão que você ama e não sabia.
Dessa mesma forma acontece nos pequenos detalhes diários, coisas que nos surpreendem, não pelo fato, mas pela forma como acontecem. São dias que esperamos demais, que de tanto esperar quando acontece ficamos “meio sem reação”, não dizendo que não foi bom ou mesmo inesperado, apenas um ‘amadorismo’ de primeira viajem. Mas que é/foi bom não posso negar. E hoje não quero mostrar o lado “ruim” disso não, e nem estou pra isso, nos dias desses dias são só coisas boas para serem comemoradas, afinal, dia primeiro de abril está batendo na porta e chamando pelo meu nome.
Mudanças são inevitáveis e necessárias, e todas elas são muito bem-vindas apesar de nem sempre serem para melhor. E devemos agradecer o fato das pessoas mudarem, isso de certa forma nos força a mudar junto, não para o mesmo lado ou a mesma forma, mas uma mudança, simples. Por esse mesmo motivo agradeço todos os dias ao acordar, o simples fato de ter acordado. E isso já é motivo de sobra para agradecer.
E como diria um grande e inenarrável escritor: não há nada que ser esperado, nem desesperado. Ou seja, apenas curta o carpe diem e relaxe, que todo o resto irá acontecer gradual e paulatinamente. É como uma brisa suave que encosta no vidro e escorre lentamente, com obstáculos ou não, até encontrar o seu destino final.

P.s.: É difícil viver as verdades do mundo, quando o seu coração não se sente à vontade. (By Marina)
P.s.: Sempre há ao que, ou a quem agradecer. O fato é, podemos até viver sozinhos, mas quando se tem compania para dividir tudo, é mais fácil e gostoso.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Hora Certa



A tão pouco tempo de completar mais uma primavera, não consigo pensar em outra coisa a não ser obrigações da faculdade, você pode pensar talvez que seja bitolamento...antes fosse. Mas o texto a respeito dos meus 20 (?) anos vou deixar para outro dia. Hoje ainda quero divagar sobre coisas inÚTEIS da vida, como sempre tenho o enorme prazer em fazer.
Bem, na verdade acho que não sei o que escrever hoje. Alias, posso até saber, mas o meu pudor não me permite que eu o faça, como diria Clarice “Tenho pensamentos que não podem ser traduzidos em palavras”. São tantas coisas que andam acontecendo sem sentido, que nem eu mesmo estou conseguindo me entender. Talvez eu me entenda, mas praticamente com 100% de certeza que não me entendo. Poderia ser mais fácil, mas complicar é o meu maior prazer nessas horas.
Então vamos falar daquilo que interessa a grande maioria das pessoas: sexo e amor.
Há quem diga que são duas coisas totalmente diferentes, mas há quem diga o contrário, eu diria que são coisas boas, somente. É difícil descrever o amor, já o sexo em linhas leves se descreve muito bem. O amor não é palpável, já o sexo é contato de sobra. Sexo e amor se completam, acredito que é quase impossível um viver sem o outro. Concordo que existe sexo sem amor, mas a recíproca nesse caso não é verdadeira. Pode ser que a curto prazo sim, o amor consiga nascer sem sexo, mas a continuação está longe de conseguir sem o sexo.
E não me venha com clichês falando que é possível durar sem sexo, porque não o é. Não estou falando somente por mim, ou por alguém, ou por todos os relacionamentos que eu já experimentei, estou falando por tudo o que eu já presenciei e vivi, claro. A verdade é que, apesar de termos avançado, e muito, na abertura do “campo sexual”perante a sociedade, existem ainda muitos tabus quando o assunto é falar: ‘Eu quero só sexo’, ou mesmo ‘Quero amor e sexo’. Relacionamentos são tabus hoje em dia.
O surpreendente é que a grande maioria das pessoas pensam da mesma forma, ou ate mesmo de uma forma mais “devassa” quando o assunto é esse. Mas os que têm coragem de falar e mostrar a opinião são poucos. E confesso, sou do tipo que não mostro minha opinião de imediato, mas faço questão de mostrar uma hora. Dou minha cara à tapa mesmo, afinal, devo a alguém alguma coisa? Nem mesmo a sociedade é capaz de intimidar, não nesse sentido. E não é que devemos ser revoltados e contrários a tudo que é social e tornar tudo sem lei, mas há as regras desnecessárias e nonsense. E nessas horas sempre me lembro de um amigo falando comigo: ‘As regras foram feitas para serem quebradas, e por quem as sabe quebrar’.
Como tudo na vida, ou quase tudo, é muito complicado de se discutir, porque são bilhões de cabeças pensando de formas diferentes sobre a mesma coisa. Mas sempre acho válido, mesmo que eu não mude sua opinião e você não mude a minha, discutir é preciso.

P.s.: Que todas as nossas escolhas sejam sempre as melhores, apesar das consequências nem sempre ser.
P.s.: Sentimentos poderiam ser como fotografias: marcantes, bonitas e que balançasse com a gente, mas facilmente deletável a bel prazer.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Maior de Todos: O Fim!


Passada a fase difícil (?) do relacionamento os dois entraram num amor sem fim, e sim dessa vez era amor. Não relato tempo cronológico porque pouco importa nesse caso, e não há como discernir “a partir de hoje estou te amando”. Mas o destino reservava algo diferente para os dois, talvez fosse bom, dependendo sempre do ponto de vista sob o qual era olhado.
Marcelo antes de se formar, sempre trabalhou com mecanismos inovadores dentro de sua área, então se dedicava a pesquisa de corpo e alma, mas sempre dividindo seu tempo com a sua então enamorada. Depois de sua formatura, continuar na mesma área foi algo inevitável. Apesar de ter estudado em uma faculdade que não representasse referência na sua área de estudo, ele sempre se deu muito a essas pesquisas e conseguia o que almejava, mesmo que demorasse. Foi essa mesma dedicação que separou Marcelo de Ludmila.
Como já havia dito anteriormente, Ludmila já estava com a vida estável, possuía seu próprio negócio e crescia nele, porque sabia o que fazia e gostava do que lhe tomava o tempo durante o dia. Seus objetivos eram ainda maiores, e por isso ‘correu atrás’ daquilo que sonhava, assim como Marcelo, mas ele sonhava muito mais alto do que ela.
Numa tarde de quarta-feira Marcelo recebe uma chamada em seu celular de um número desconhecido e incomum pela área em que morava. Boas notícias, ou seriam ótimas? Um antigo projeto de reabilitação osteomioarticular que havia sido enviado a uma clínica italiana foi convocado para apresentação do protótipo às especialidades daquela área. Relataram que tentaram por diversas vezes o contato via e-mail no qual não havia resposta, para seu próprio azar o email tinha mudado, mas novos ventos sopram e o contato pelo celular foi possível.
A sua primeira viajem ao país das massas foi maravilhosa, tudo deu certo e os responsáveis da clínica adoraram o projeto, que segundo ele mesmo “Não tinha nada de muito inovador, por isso a minha surpresa”. Enquanto isso Ludmila se atracava em saudades e conversas online por webcam com seu então namorado, foram os 25 dias mais longos de sua vida. Isso porque ela não sabia o motivo maior da sua demora.
Antes mesmo de partir do país a referida empresa fez uma proposta tentadora àquele humilde (até então) homem nascido no interior de Minas Gerais: fazer parte do corpo de pesquisa da clínica era a tentadora, e o prazo máximo era de um mês a contar da proposta oficial.
Sua volta ao Brasil não foi fácil, durante aquela longa viajem de avião a sua cabeça estava a mil pensando na melhor solução para todos os seus ‘problemas’, que de problemas não tinham nada. Pensou e repensou na sua família, no que sua mãe sempre lhe disse: “Tudo pode ser retirado de você, menos o seu conhecimento”. Pensou na sua namorada, a qual amava de forma incondicional e irrestrita. Mas antes mesmo de assumir para si mesmo, já tinha decidido todo o seu trajeto e qual escolha faria.
O seu futuro gritava seu nome, mas as raízes estavam difíceis de serem arrancadas de seu coração, família, amigos, amores e toda uma história ficando para trás. Entretanto, era preciso dizer a si mesmo que seria melhor para ele e para quem ele se importava. Sem querer me delongar muito na parte sentimental demais, a sua decisão foi aquela que muitos esperavam que fosse: ele partiria dentro de 40 dias.
A separação com toda a sua história não foi fácil e estava longe de ser. Lembra-se a irmã ciumenta? Foi uma das que mais sofreram com sua breve partida. Ludmila nem se pode ser lembrada, no inicio de sua decisão ficou arredia e não queria mais ter ‘sonhos dourados’ com aquele rapaz que no início não passava de apenas mais um na sua vida, e agora se tornara O HOMEM da sua vida, o qual já tinha construído planos e tinha sonhos para o futuro juntos. Foi triste. Seria necessário. Ele então se partiu, sem data de volta e nem mesmo um telefone fixo ou um endereço no qual poderia ser procurado. Levou nas bagagens suas roupas, suas pseudo-histórias, seus sentimentos, algumas tralhas e muitas fotos do que um dia foi. Daquele dia em diante, seria um novo Marcelo com base do passado e muitos, muitos planos para o novo cara que acabava de ser dado a luz.
Música do casal:
O Que Eu Também Não Entendo 


Essa não é mais uma carta de amor 
São pensamentos soltos traduzidos em palavras 
Pra que você possa entender 
O que eu também não entendo 

Amar não é ter que ter sempre certeza 
É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém 
É poder ser você mesmo e não precisar fingir 
É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir 

Já pensei em te largar 
Já olhei tantas vezes pro lado 
Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos 
Sei que nunca fui perfeito mas com você eu posso ser 
Até eu mesmo que você vai entender 

Posso brincar de descobrir desenho em nuvens 
Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis 
Posso tirar a tua roupa 
Posso fazer o que eu quiser 
Posso perder o juízo 
Mas com você eu tô tranquilo, tranquilo 

Agora o que vamos fazer, eu também não sei 
Afinal, será que amar é mesmo tudo? 
Se isso não é amor, o que mais pode ser? 
Estou aprendendo também

Análise crítica: a intenção ao mostrar essa história não foi nem de longe comover pessoas com conto triste. Bem, na verdade eu queria mostrar a fugacidade da vida em determinadas questões. Porque sempre pensamos que o pior acontece com outras pessoas e nunca com a gente, e quando acontece tomamos um susto que achamos que não vamos aguentar essa perda inicialmente irremediável. E não me venha com a história de que o tempo cura tudo, ele não cura NADA, apenas desloca do centro das atenções aquilo que não tem remédio. Então faça valer a pena cada instante da sua vida. Já parou para pensar que o dia tem 86400 segundos? Está sabendo fazer valer a pena cada um desses segundos? O sol nasce para todos, mas os que sabem aproveitar de forma eficiente e à seu favor são poucos. Então repense suas ideias, reveja seus conceitos e tome para si somente o que há de bom. Afinal, será que amar é mesmo tudo?

terça-feira, 15 de março de 2011

Notas de um Observador


Depois de mais alguns encontros casuais, ou que pelo menos se achava que eram casuais, algo tomou forma, como uma espécie de sentimento, não, ainda não era o amor que estava batendo à porta. Mas era um sentimento de necessidade, de precisar, de querer estar junto, de conversar e de desejar aquela pessoa sempre perto. E como saber/dizer que isso ainda não era amor, mesmo com tantas características parecidas? O amor faz do ser humano bobo, e renunciar às próprias coisas em beneficio de outro, um famoso ‘ligar o foda-se’ para o resto do mundo.
Desde que estão juntos um bom tempo se passou. Marcelo se formou em fisioterapia, mas Ludmila não teve dedicatória especial no seu convite de formatura, tampouco dançou com ele a valsa no baile. Foi apenas aquela convidada enamorada do formando. Ludmila, como era de se esperar, crescia cada vez mais profissionalmente e se amadurecia no campo sentimental, ao qual ainda não estava muito acostumada. Ambos tinham um brilho diferente no olhar agora, um brilho especial que contagiava e não passava despercebido a qualquer um, e que a mínima mudança todos notavam.
Intimidades se desenvolveram e chegou àquela parte ‘chata’ de se conhecer os parentes, principalmente os pais e irmãos. Ludmila tirou de letra, sempre muito comunicativa e simpática conquistou a todos da casa, com exceção da irmã caçula que nutria um ciúmes descomunal por seu irmão mais velho. E não foi por falta de tentativas, que ocorreram inúmeras, mas a menina continuou fechada. “Talvez com o tempo ela aceite” imaginou. Para Marcelo já não foi tão fácil, menino acanhado e mimado pelos pais, sempre foi muito fechado para relações interpessoais, o que o atrapalhava até mesmo na faculdade. Mas os pais de Ludmila já não eram tão novos quanto os seus, tinham um idade avançada e um ‘quê’ de passividade nas relações amorosas de sua filha do meio, e nem mesmos os dois irmãos mais velhos e nem os mais novos representaram empecilho na sua nova (ou única) relação.
Como nem tudo são flores, e está longe de ser, o namoro dos dois passaram por inúmeras perturbações comuns a todos. Mas sempre há o lado mais fraco, que cede com maior facilidade frente aos problemas, e esse lado era o de Marcelo, talvez por ser menos maduro, ter encarado a vida de frente menor número de vezes ou talvez por ser simplesmente mais fraco, isso não vem ao caso. Mas a partir daí eles tomaram algumas atitudes, como evitar redes sociais e muita exposição do tipo, e não dar motivos para sentir ciúmes ou desconfiança desnecessários. Entretanto, os ciúmes sempre existiu.
Não quero e não vou pintar os inúmeros momentos bacanas e lindos da relação dos dois, nem tampouco mostrar todos os aspectos negativos que possuíam, quero apenas mostrar a relação como se deu e talvez a sua importância. Captar a mensagem que sempre devemos tirar e tentar retransmitir esse foco adiante. Pois durante longos dois anos eles foram felizes, e muito.
 Continua!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Visão de um Outro Ângulo


A partir de então, vou dedicar meu tempo a escrever textos baseados em fatos reais, com pessoas próximas que autorizaram a falar sobre, mudando alguns aspectos como nomes. A primeira a ser escrita ocorreu com um amigo muito próximo, e do qual eu participei, de certa forma, de toda a história como uma terceira pessoa, um observador, na qual já vou avisando não ter final feliz:
Tudo começou com um acaso, não tão acaso, como acontece na maioria de todos os relacionamentos: festas, amigos em comuns, redes sociais, mensagens instantâneas e um encontro menos acaso ainda. O primeiro de muitos que se sucederam foi marcado por muita conversa sobre o passado, projetos para o futuro e uma infindável listas de coisas que se desejam em um relacionamento, mesmo tendo a absoluta certeza que talvez aquele encontro não passaria de mais uma noite na vida dos dois. E antes que eu esqueça de os apresentarem a vocês: Marcelo era um cara de 20 anos que cursava fisioterapia e estava na iminência de formar-se, era considerado bonito, corpo atlético e traços que Deus abençoou, de personalidade forte, nem sempre flexível mas muito compreensível, carinhoso em seus relacionamentos e sempre muito solicito nos seus desejos; Ludmila uma moça na iminência de seus 27 anos formada em medicina veterinária e muito bem sucedida profissionalmente, era atraente mas não tão bonita para os padrões de beleza da sociedade, de personalidade não tão forte, muito flexível e pouquíssimo compreensível, carinhosa mas cheia de ‘não me toques’, que perseverava em seus anseios para a vida. Não era atoa que chegou onde estava mesmo vindo de uma família na qual a prioridade nunca fora estudos.
No primeiro encontro como era de se esperar, tudo soou muito perfeito, afinal, quem mostra o lado negativo nas primeiras vezes? Ludmila via Marcelo como um cara meio pegajoso e muito atraente, já Marcelo a via como uma mulher madura mas medrosa com relacionamentos, talvez por traumas no passado ou por mero desejo de não querer se envolver demais. Marcelo gostou, Ludmila nem tanto, mas isso eles só descobriram meses depois. Voltando ao primeiro encontro, no qual eu insisto em relevar, aconteceu de tudo, afinal, eles eram maduros o suficiente para saberem o que querem e fazer isso com tanta displicência quanto ganhar um beijo. Se bem que nem sempre maturidade é sinal de determinismo, mas nesse caso era.
Depois de uma noite inesquecível para ambos, e ótimas performances sexuais, cada um, como de costume, voltaram às suas rotineiras tarefas do dia-a-dia. Mas não se sucederam dias normais desde então, o pensamento constante no ocorrido fez de uma das partes não resistir e enviar um torpedo cheio de segundas, terceiras, quartas intenções. Enfim, mais um encontro marcado depois de alguns torpedos trocados.
O segundo não conseguiu ser muito diferente do primeiro encontro, conversas de passados, utopia do futuro e vivências do presente. E da mesma forma como terminou o primeiro, o segundo não seria diferente. Não que o ser humano, ou as pessoas envolvidas nessa história, só queiram e desejem o sexo, mas aquele encontro era para isso, e todos os dois sabiam disso. Apesar da transa em si ser opcional, ela se torna uma delicia nas casualidades do destino, e pra eles, até então, não passava disso: casualidade.
Mas nem sempre foi assim, pura casualidade. Como tudo na vida, sempre se mudam as pessoas, as situações, os contrastes, as coisas e até relacionamentos.

Continua!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Para Poucos


É estranho pensar que até ontem estava tudo sob controle: todos os sentimentos, todas as pessoas, todas as amizades, todas as vivências. E vê que hoje já não se pode confiar nem mais em si mesmo, que não se consegue controlar as próprias vontades, e quem discordar disso merece minha admiração, afinal, não é qualquer um que consegue se controlar, não é mesmo?
Mudanças, sem sombra de duvidas, fazem parte da vida e é necessário até. Mas eu não estou falando exatamente delas. Eu quero falar sobre as ‘transformações’ psicológicas, aquilo que esta dentro da gente e não vemos, e julgamos saber/conhecer. Não quero e não vou ficar aqui apertando a mesma tecla, marchando no mesmo lugar para dizer aquilo que todos, ou a grande maioria de nos, sabemos: subjetividade mata lentamente.
Vivemos em um “mundo” no qual acreditamos ter certeza da reciprocidade de sentimentos, e as amizades são as que mais sofrem com essa possível troca de sentimentos. Eu acredito que você pode guardar meu segredo, e você nem sempre acredita que eu possa guardar o seu ou meu. E isso é uma grande bola de neve, na qual a discussão seria em vão, já que é como romance: cada casa um caso. E para não dizer que fui claro, é aquilo que somente existe na cabeça da gente, aquilo que só nos vivemos e acreditamos que os outros também vivem.
Mas afinal, estamos sempre sujeitos a isso, querendo ou não. E sempre, S-E-M-P-R-E vamos ter ausência de reciprocidade em algum campo sentimental, que vai ser sempre o que nos fere e deixa aquela ‘coisa’ sem cicatrizar e exposta a qualquer um que queira nos incomodar com aquilo. Como no amor, sofrer é inevitável, temos apenas que escolher por quem valerá a pena. Por que amigo é amigo e filha da puta são 
aqueles que se passam por amigos.
P.s.: O que vale mesmo, no final das contas, é o esforço de ter tentado. Conseguindo ou não.
P.s.: Se entregar a sonhos, é um fardo pesado demais para aquilo que está em outro plano.

Dias Que Não Deixaremos Para Trás





Sem ter medo de errar, esse foi de longe o melhor carnaval da minha vida até os dias atuais. Tudo bem que não sou dos mais velhos, e dos mais vividos, mas esse teve um preço especial. Se eu pudesse falar de uma forma nem tão resumida, eu diria que foi assim:
Partida. Chegada. Beber. Beber. Beber. Sair. Chuva. Amigos. Beber. Beber. Bandas. Chuva. Chuva. Chuva. Dia amanhecendo. Hipotermia. Quebrando janela. Banho quente. Dormir. Acordar. Consertar vidro. Comer. Beber. Beber. Beber. Sair. Shows. Shows. Beber. Beber. Beber. Comer. Beber. Cansaço. Dormir. Acordar. Comer. Beber. Beber. Beber. Perder-se. Beber. Beber. Beber. Fazer novos amigos. Beber. Dia amanhecer. Dormir sozinho.
E assim por diante se repetiram os dias. Claro que sempre com algumas parcas, obscuras, deliciosas e especiais diferenças. Mas o que reza a lenda é que, o que ocorre nesses lugares, morrem por lá, e assim pretendo fazer, morrer por lá. Afinal, o que o ser humano gosta mesmo é de mistério, sexo e muita dúvida. É o que nos move.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Paradoxo Imperfeito


Antes de começar o meu texto de hoje, gostaria de falar sobre o carnaval: não deixe que ele represente apenas mais uma data inócua e inerte, faça como deve ser sempre feito, faça valer a pena. Não é necessário que se ‘aproveite’ como o mundo fosse acabar, apenas faca valer a pena do seu modo: com as pessoas que goste, amigos, familiares e ate inimigos. Apenas faça por onde merecer, seja feliz acima de qualquer outra coisa, pois felicidade se faz nas oportunidades, não se nasce com ela. Ela é o caminho...

As partes filosóficas dos nossos dias são aqueles momentos no qual paramos, e literalmente paramos, para pensar no que esta acontecendo ao seu redor e todo aquele feedback do que aconteceu. Há quem se aprofunde nesses pensamentos e consigam externaliza - los de uma maneira pouco ou muito clara. Sócrates, grande filosofo e tantas outras coisas mais, considerado o divisor de águas nesse mesmo campo, uma vez disse que o verdadeiro conhecimento vinha de dentro. Você já se conhece o suficiente e verdadeiramente?
E dizendo ainda mais, esse cara que nada escreveu, apenas disse e todos os seus aprendizes anotaram, ordenou que se “...quiser me conhecer, olhe no fundo dos meus olhos.” Não seria um paradoxo essas duas orações, mas uma espécie de complemento: se eu me conheço verdadeiramente, eu consigo me fazer entender através dos meus olhos e olhares. Acredito que falta isso em nós, a falta de confiança no olhar e até mesmo a ausência de conhecimento de si próprio. Mas há tanta coisa que falta em nós meros mortais que se fossemos contabilizar todas as nossas faltas, iríamos perder muito tempo fazendo-o.
Entretanto, esse pensador gostava de sempre viver no limite, nos seus próprios limites e nos da sociedade. O mesmo relatou que os limites eram imaginários, e bastava algo ou alguém para alarga-los, pois como gostava de dizer ‘uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida’. E é exatamente isso, de certa forma, que nos queremos no nosso íntimo, alargar esses limites mas poucos são o que têm coragem de o fazer.
Falando sobre o amor, Sócrates ressaltou que ele, o amor, é filho de dois deuses: a carência e a inteligência. Como entender, o que ele disse há muito tempo atrás, nos dias de hoje? Corremos o risco de erramos, mas antes errar tentando do que não errar e nem acertar ficando inerte. Entendo por esses dizeres que sempre há, em um relacionamento, a parte que é mais cabeça e a outra que é mais coração, e que dessa forma se completem, não que sejam metades mas é quando se esta disposto a dividir aquilo que melhor se tem. Mas isso não quer dizer que não possa haver uma mudança de papel esporadicamente, isso apenas tenta ser a regra.
Ainda no campo do amor, me repetindo, essa história da ‘metade da laranja’ é antiga e sem nexo. Não fomos feitos pela metade, somos indivíduos inteiros e justamente por ser inteiros é que estamos preparados para compartilhar com outrem. Porque quem se sente metade não é digno de viver, é como se acreditasse que o único motivo pelo qual luta nessa vida é a procura do perfeito encaixe.
E sábio era ele, que sempre dizia: Só sei que nada sei.

P.s.: Apesar de tudo, você ainda é a primeira coisa em que eu penso quando me falam: Faça um pedido
P.s.: Não sou pedaço, mas não me basto.