segunda-feira, 31 de março de 2014

Vinte e Três


Você já se perguntou qual o verdadeiro sentido da vida? Já se perguntou se existe sentido? É esse tipo de pergunta que me ronda há alguns dias antes do meu aniversário de vinte e três longos anos. Foram tantos acontecimentos, tanta coisa boa, tanta coisa ruim, tanta ralação, taaanto tudo que fica difícil balancear.

E os vinte e três vieram cheios de dúvidas e preocupações. Talvez provações. Há quase uma semana, em um exame de bobeira, descubro que adquiri um problema cardíaco, posso ser portador da doença de chagas ou qualquer outra coisa do tipo. E as melhores partes são as coincidências, vida pessoal toda bagunçada sentimentalmente, mas profissional uma maravilha. Como conciliar?

Inúmeros exames a serem feitos, lidar com a saudade de quem já não faz parte da minha vida, e ter de botar um sorriso no rosto e transmitir que “está tudo bem”. E eu me pergunto, sentido da vida? Comemoração de vinte e três anos de vida? Por qual motivo? E a chave de ouro (que não poderia faltar) é adoecer no dia anterior, morando no interior. Show de bola!

Essa grande ironia chamada vida, não será dessa vez que irá me aplicar uma rasteira a ponto de não conseguir me erguer novamente. Ainda to no chão, uma hora ajoelho, sento até conseguir parar de pé novamente!

Como a vida muda em duas semanas, não?

Ps.: Sempre bom agradecer quem ajuda, gostaria de deixar expresso meu amor a minha mãe, e ao certo ausente.

domingo, 23 de março de 2014

Valediction Of a Lifetime




Fica um pouco mais. Na geladeira tem aquele suco que você gosta, aquele queijo brie que você ama comer com qualquer coisa e temos pizza de ontem também. Fique. Deve chover daqui a pouco, pelo menos eu ouvi dizer. Mas se não, deve estar quente demais. Fica. Eu ligo o ar condicionado ou fico te abanando, se você quiser. Fique um pouco mais. Ou muito mais. Tem algum maço de cigarro teu perdido em meu armário. Tem aquele short meu que você gosta de dormir. E eu comprei DVDs legais esse mês, fica pra gente ver junto.

Fica, vai. Eu lavo a louça e posso ler pra você, também. Posso fazer pão de queijo ou pizza de mentirinha. Eu arrumei a cama pra gente. Ou podemos ficar aqui neste sofá que nem existe. Fique. Lá fora, está perigoso demais, eu vi no noticiário! Há trombadinhas por toda a São Paulo, que assaltam em ônibus ou esquinas. E os taxistas também são maus e podem tentar te assediar ou algo assim.

Fica aqui comigo. Eu estou doente. Olha? Eu não sou de ficar doente! Estou começando a ficar com febre, tosse ou câncer, sei lá. Minhas mãos estão tremendo e eu sinto que meu coração está acelerado demais esta noite. Fica para cuidar de mim? Fica, vai. Tua mãe pode esperar. Teus amigos, também podem esperar. Até as tuas amigas que não gostam de mim podem esperar. Fica, vai. Manda mensagem ou liga para todos eles e diz que foi por aí e só!

Fica. Tem biscoitos de chocolate na cozinha. Tem livros legais na prateleira. Tem jogo de tabuleiro, baralho ou coisa assim. Tem coisa de beber, de fumar. Fica, droga. Tem seriados legais no 44. Eu prometo não te machucar fazendo cócegas. Prometo acarinhar o lóbulo da tua orelha e te fazer massagens também, as que eu nunca fiz! Ou te colocar no meu peito (como sempre) e te fazer carinho na nuca até você dormir. A gente pode transar, sempre que você quiser. A gente pode falar mal dos outros ou da gente mesmo. A gente pode ficar em silêncio, também.

Você realmente quer ir? Tudo bem. Pode ir. Mas me deixe sua boca. Teus braços. Tua voz. Tuas pernas. Teu peito. Ou melhor, vai não. Fica aí, que você é meu pedaço de luz. Que você é o todo do tudo que preciso...!

Com sempre amor! E.B.