sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Utopia Possível


Tempos modernos e com ele, novas manias, novos eletrônicos, novas características e novas formas de enxergar a vida. Tudo novo, mas nem tão novo, por que como diz, o atual nada mais é do que uma releitura mais inteligente (ou não) do que passou. É inegável que tudo isso represente coisas boas, mas nem só de coisas boas o mundo é feito. Junto com essa revolução tecnológica chegam os benefícios: rapidez, mais coisas em menos tempo, comodidade e novidades inimagináveis. Quem há 30 anos imaginaria conversar ao telefone sem fio, em qualquer lugar do planeta? Mas junto com esse monte de coisas boas, este intrinsecamente associado o lado ruim: aumenta se a preguiça, diminui-se o contato pessoal, abitola o ser em coisas fúteis e, acredite, deixam as pessoas mais frias e distantes.
Acredito que o lado bom se sobrepõe ao lado ruim, porque com certeza não daria certo se em maior parte prejudicasse. É bem mais fácil dar noticias pelo celular, por mensagens instantâneas e por email, é MUITO mais fácil dizer qualquer outra coisa que seja pela internet, é menos cara a cara. Isso tem o lado bom, mas tem o lado ruim também: é uma coisa fria, distante, mas suaviza relações dependendo do ponto de vista (só não se pode ter vista de um único ponto). Isso é a vida, alterações são necessárias e bem vindas.
Outro ponto que gostaria de discutir é a tal da distância. Com esse moderno tempo ela é cada vez maior, as carências acabam ficando insolúveis e acabamos nos escondendo atrás de cascas de pessoas felizes e bem sucedido naquilo que fazemos, e esquecemos-nos daquela felicidade genuína e verdadeira. Com certeza a nossa profissão e coisas afins nos proporcionam felicidade, mas não é a única que queremos, ela não é completa. E como também já tinha dito, a felicidade deve fazer parte do processo e não meta. E devo confessar que sou do tipo carente, gosto de SMS sempre que possível, ouvir ou mesmo ler um “te gosto”, e perceber aquele olhar de desejo, coisas simples fazem toda a diferença. Mas não é uma coisa decisiva em um relacionamento, é complementar, porque quando se gosta, gosta de verdade, ama ou se é apaixonado, as partes sabem e isso importa e muito, SABER.
Fugindo um pouco do foco do texto, existe uma coisa que é engraçada. Sempre queremos reciprocidade em praticamente tudo que fazemos, famoso “dar para receber”. E pensando nessa profusão de tecnologia, quem nunca esperou o telefone tocar? Quem nunca ficou a espera daquele SMS? Quem nunca ficou esperando a pessoa puxar conversa primeiro no MSN, ou mandar aquele e-mail? Sem contar nas infindáveis musicas que tomamos como nossa em determinados momentos da nossa vida, é tudo muito bonito, é tudo uma delicia, na reciprocidade. Mas é aquela coisa, carência dá e passa, na maioria das vezes.
E pra dar fim a essa confusão de sentimentos, ideias, modernidade, ‘achismos’ e reciprocidades podemos perceber que a evolução é necessária, mas intrinsecamente ligada e coisas boas e ruins. E não vou negar, gosto disso tudo.

P.s.: Se a aparência explicasse a essência, o sabor seria desnecessário.
P.s.2: Aquilo tudo que acredito, fica marcado como uma cicatriz em mim, pode ate ser melhorado, mas sempre continuará ali, se não em estética mas na cabeça.

2 comentários:

  1. E devo confessar que sou do tipo carente, gosto de SMS sempre que possível, ouvir ou mesmo ler um “te gosto”, e perceber aquele olhar de desejo, coisas simples fazem toda a diferença. Mas não é uma coisa decisiva em um relacionamento, é complementar, porque quando se gosta, gosta de verdade, ama ou se é apaixonado, as partes sabem e isso importa e muito, SABER.


    O autor se identifica com este trecho? Imparcial? rs

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  2. O autor nunca se descreveu tão bem... ;)

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