terça-feira, 15 de março de 2011

Notas de um Observador


Depois de mais alguns encontros casuais, ou que pelo menos se achava que eram casuais, algo tomou forma, como uma espécie de sentimento, não, ainda não era o amor que estava batendo à porta. Mas era um sentimento de necessidade, de precisar, de querer estar junto, de conversar e de desejar aquela pessoa sempre perto. E como saber/dizer que isso ainda não era amor, mesmo com tantas características parecidas? O amor faz do ser humano bobo, e renunciar às próprias coisas em beneficio de outro, um famoso ‘ligar o foda-se’ para o resto do mundo.
Desde que estão juntos um bom tempo se passou. Marcelo se formou em fisioterapia, mas Ludmila não teve dedicatória especial no seu convite de formatura, tampouco dançou com ele a valsa no baile. Foi apenas aquela convidada enamorada do formando. Ludmila, como era de se esperar, crescia cada vez mais profissionalmente e se amadurecia no campo sentimental, ao qual ainda não estava muito acostumada. Ambos tinham um brilho diferente no olhar agora, um brilho especial que contagiava e não passava despercebido a qualquer um, e que a mínima mudança todos notavam.
Intimidades se desenvolveram e chegou àquela parte ‘chata’ de se conhecer os parentes, principalmente os pais e irmãos. Ludmila tirou de letra, sempre muito comunicativa e simpática conquistou a todos da casa, com exceção da irmã caçula que nutria um ciúmes descomunal por seu irmão mais velho. E não foi por falta de tentativas, que ocorreram inúmeras, mas a menina continuou fechada. “Talvez com o tempo ela aceite” imaginou. Para Marcelo já não foi tão fácil, menino acanhado e mimado pelos pais, sempre foi muito fechado para relações interpessoais, o que o atrapalhava até mesmo na faculdade. Mas os pais de Ludmila já não eram tão novos quanto os seus, tinham um idade avançada e um ‘quê’ de passividade nas relações amorosas de sua filha do meio, e nem mesmos os dois irmãos mais velhos e nem os mais novos representaram empecilho na sua nova (ou única) relação.
Como nem tudo são flores, e está longe de ser, o namoro dos dois passaram por inúmeras perturbações comuns a todos. Mas sempre há o lado mais fraco, que cede com maior facilidade frente aos problemas, e esse lado era o de Marcelo, talvez por ser menos maduro, ter encarado a vida de frente menor número de vezes ou talvez por ser simplesmente mais fraco, isso não vem ao caso. Mas a partir daí eles tomaram algumas atitudes, como evitar redes sociais e muita exposição do tipo, e não dar motivos para sentir ciúmes ou desconfiança desnecessários. Entretanto, os ciúmes sempre existiu.
Não quero e não vou pintar os inúmeros momentos bacanas e lindos da relação dos dois, nem tampouco mostrar todos os aspectos negativos que possuíam, quero apenas mostrar a relação como se deu e talvez a sua importância. Captar a mensagem que sempre devemos tirar e tentar retransmitir esse foco adiante. Pois durante longos dois anos eles foram felizes, e muito.
 Continua!

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