quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tic-Tac. Tic-Tac


Devido a dificuldade em escrever temas como este, por existirem muitos viés e muitas idéias a respeito, e muitas maneiras diferentes de se ver o mesmo ponto, mostro apenas a ponta do iceberg que corremos atras para desvendar. Idéias temos muitas e variadas, estou longe de ser a regra, nasci na verdade afim de ser a excecção, porque tudo que é igual demais cansa.
Tenho de confessar que já tentei escrever textos que não sejam de reflexão ou coisa parecida, mas não sei o que acontece, quando estou escrevendo me dou conta que coloquei muito de mim naquele texto. E na grande maioria dos textos, eu me coloco todo, mostro todo meu lado a respeito de determinados assuntos. Claro que às vezes fantasio, e justifico com minha licença poética. Mas tudo é sempre mais e amplificado quando se trata de reflexões interiorizadas. Entretanto, o meu objetivo é falar de rotinas e coisas rotineiras que não prestamos atenção, não que não damos valor, mas apenas passam pela forca do cotidiano.
Um grande exemplo inegável de coisa rotineira é dirigir. É puramente prática. No inicio, logo quando vamos tirar a CNH nós prestamos atenção em cada movimento, que devem ser coordenados e rítmicos para que nada dê errado, e se der errado reorganizamos rapidamente esses movimentos e ‘bola pra frente’. Depois de certo tempo isso é tão comum, que fazemos sem prestar atenção, não digo sem pensar, mas algo automático, simples e rotineiro. E é dessa mesma maneira que fazemos com inúmeras coisas da nossa rotina (rotineira), e até mesmo coisas que não deveriam se tornar rotina.
Tudo bem que hábitos como dirigir, comer, andar, respirar, falar, ouvir e escrever sejam ‘rotineirizados’, mas transformar o amor, a amizade, o carinho, a saudade, a felicidade, a tristeza e tantos outros sentimentos e relacionamentos em rotina? É pedir demais, é exigir demais. Tudo quando enclausurado dentro de uma rotina, torna-se uma coisa meio monótona. O romance quando cai na rotina é problema na certa; a amizade então nem se fala, é pedir brigas diárias; agora o carinho, a saudade, a felicidade e tristeza por incrível que pareça, também não se devem ‘rotineirizar’, pois acredito que tudo que é muito ou pouco enjoa ou faz falta, deve se equilibrar entre o 8 e o 80.
Outro ponto bastante interessante é no que compete ao nosso dia-a-dia, a rotina encrespada que vemos com tão péssimos olhares. E a rotina nesse ponto nos mostra pontos positivos. É ela que nos livra do ócio vicioso e nos permite ocupar a mente com coisas úteis. Como já dizia a minha avó: “Mente livre, oficina do diabo”. E sábia era ela, que dizia essas palavras e procurava cumpri-las ao pé da letra, tentando manter todo o seu tempo ocupado. Mas que não gosta de ter aquela pontada prazerosa de ócio?

P.s.: Só se conhece o valor de algo quando se perde? Podemos e devemos mudar isso, a rotina nem sempre é a melhor, mas nos salva do ócio, na grande maioria das vezes.
P.s.2: Meu ócio vicioso, e muito mais que vaidoso está chegando ao fim. Faltam exatamente 5 dias! ;)
Prometo escrever outros textos sobre o mesmo assunto, porque um só é pouco demais! =D

2 comentários:

  1. Uiiii, este é um assunto que requer muitos textos, ja vi que vc postará mais. Na minha humilde opiniao, Eu Odeio Rotina, mesmo vivendo sobre uma. Se rotina fosse bom, ninguem sentira o prazer imensurável de quebra-la!

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  2. Compactuo da idéia, e digo mais: A rotina tem de existir por isso, para podermos ter o prazer de quebra-la. Se não a houvesse, nao teríamos o prazer...

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